segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Auto-escola grátis




Aos 13 anos de idade fui ela primeira vez com uma amiga para Três Lagoas no MS. Fomos as duas sozinhas, fizemos três baldeações e chegamos lá. Aventura para duas adolescentes.

O pai da minha amiga tinha uma F-1000 e nós nem sabíamos dirigir. Combinamos então, que não voltaríamos à Curitiba sem aprender.

Estávamos com medo no começo, o pai da minha amiga me falou uma coisa que fez com que meu medo fosse embora na hora. - Ariadne, tem muita gente que não sabe ler nem escrever e sabe dirigir, será que é tão difícil? Pensando melhor, aceitei o desafio.

No começo aprendemos em pequenas ruas de terra, minha marcha preferia era a primeira. Sempre ouvia a mesma coisa: Nossa como você gosta dessa marcha hein, as demais vão ficar com ciúmes. Ai sim eu lembrava que existiam as demais.

Ruas da cidade eram poucas para nós. Trocamos de carro, pegamos uma F-14000, bem maior que a F-1000, e fomos aprender na estrada entre Três Lagoas (MS) e a Usina de Jupiá (SP). Passávamos dias indo e voltando. Dirigir na estrada era muito mais fácil, poucos carros, alta velocidade e pouca esquina para parar.






Certo dia fomos para a fazenda e o pai da minha amiga nos fez aprender a dirigir trator. Hummm, bem mais complicado. Não batemos nenhuma vez, mas as cercas da fazenda foram derrubadas. Quando aprendemos a usar os freios, as cercas começaram a ser desviadas.



Lembro que éramos tão ruins na direção que o pai dela disse que nos daria um fusca conversível, caso fossemos bater era só pularmos antes. (anos depois eu tive um Escort conversível e minha amiga um Kadet conversível, hoje escrevendo o texto, acho que o fusca ficou em nosso inconsciente)

Passei 2 meses de férias na fazenda. Achei que eu já estava preparada para dirigir na cidade. Fui intimada a ir dirigindo até a fazenda de um amigo da família. Peguei no volante da F-1000 e fui. Eu e minha amiga rimos muito até hoje ao lembrar do pai dela me falando que eu estava entrando no mato com a camionete, eu estava saindo da estrada e eu sempre respondia que era para ele ficar tranquilo, eu só estava fazendo o "meu" caminho. Eu estava apenas abrindo novas estradas.

Os dois meses se passaram e eu voltei à Curitiba dirigindo. Fui à Três Lagoas mais quatro vezes e morro de saudade. As histórias passadas por lá dariam um ótimo livro.

Resumo da experiência: Hoje me considero uma ótima motorista, prefiro camionetes a carro, relaxo na estrada com o vento entrando pelas janelas e sei até dirigir trator! A coisa mais difícil que tive que aprender foi diminuir a velocidade, mas confesso que com a quantidade de radares na minha amada Curitiba, aprendi mais rápido do que imaginei.




Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigada por suas palavras, continue lendo, comentando e compartilhando!